- Área: 90 m²
- Ano: 2016
-
Fotografias:Federico Cairoli
01. URBANO | SUBURBANO
Desde a cidade até a borda costeira de Canelones estendeu-se a urbanização do leste de Montevideo, transformando antigos balneários em lugares de habitação permanente.
Esses lugares foram mudando sua paisagem paulatinamente até criar uma paisagem híbrida entre a cidade e a costa, entre o urbano e o suburbano. Pensar uma casa nesse contexto supõe trabalhar essa dualidade: o habitar intermitente e o habitar contínuo. Tal dualidade se intensifica ainda mais, se pensarmos que o solo - o suporte da casa - encontra-se em um dos setores menos densificados do balneário. Uma área crescente urbanizada em uma porção de terra ainda agreste.
02. NATURAL | ARTIFICIAL
Apesar do seu aparente antagonismo, natureza e artifício são termos complementares. São definidos por contraste e reforçados em sua mútua presença. Opõem-se a paisagem natural diante da geometria da construção e a residência, por sua vez, apresenta uma imagem protetora na presença de uma paisagem natural agreste. Esse conceito permite resolver a dicotomia, trabalhando através da integração do natural e do artificial, esfumaçando seus limites.
A envolvente é projetada como um filtro, um véu, capaz de ser aberto de par em par, permeando a natureza exterior na artificialidade interior da arquitetura.
03. RUDIMENTO | SOFISTICAÇÃO
Sistemas de ar-condicionado, equipamentos elétricos, automação residencial... o habitar contemporâneo supõe cada vez mais a disposição de elementos tecnológicos que conferem conforto aos usuários. Desde o ponto de vista conceitual, a residência é entendida e projetada como um trabalho que desdobra os limites dessa dualidade; Uma "casca" exterior rudimentária é elaborada a partir de elementos primários com escassas adições estéticas que são definidas pela oposição à satisfação tecnológica e material interior.